Seis milhões de aficionados, só na Finisterra. E quantas vozes públicas contra o eixo Vieirismo-Bananistão? Meia dúzia somente, ainda hoje. Dizem que vivemos novo Vietname, mas não me parece. É na verdade a 2.ª Guerra Mundial, e pelo menos Nagasaki já sucedeu.
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É muito, muito pior - pelo menos neste contexto em que o futebol é, lembremos as palavras de um sábio, "a mais importante das coisas menos importantes". Um clube histórico desprovido de valores, alma, vilipendiado diariamente na imprensa, vulgarizado por qualquer adversário, ludibriado por qualquer Soares Dias, com um plantel amorfo composto por um eixo de meros mercenários, com as bancadas a esvaziar, um mercado de inverno onde até o Paços de Ferreira soube reforçar-se melhor que nós, à espera desde outubro duma auditoria forense (cuja conclusão, prenuncio/agoiro, nos demonstrará que até a apregoada saúde financeira é mito), que desiste a meio de toda uma época; onde até a ansiada limpeza do plantel fica-se por um puto recambiado para a Croácia e outro para a Turquia. E mesmo assim, apenas meia dúzia de nomes públicos são capazes de enfrentar as ameaças de morte dos cães que ladram, a boçalidade dos neanderthais das redes, a ingenuidade das eternas crianças apaixonadas, e insistir que o rei vai nu e a outrora chama imensa é hoje um fiapo ténue de luz.
No que me diz respeito, peço desculpa. É caro ser um homem livre em Portugal, bem sei, mas só me arrependo de não ter percebido tudo o que aí vinha pelo menos dois anos antes - quando, por exemplo, Vieira agrediu um sócio em plena assembleia geral. O Benfica não é isto, nem há-de ser.
Positivo: Ricardo Soares. Um treinador de futebol sem imprensa. Mas um verdadeiro treinador de futebol.
Negativo: A voz trémula do presidente do FCBenfica a pressagiar pelo menos uma década mais de deserto.
*Adepto do Benfica