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O presidente da República, na primeira mensagem do ano, numa análise à política externa, perspetivando 2025, vincou a sua preocupação e prioridade na questão da segurança, considerando que o fim dos conflitos bélicos, destacando a relação entre a guerra da Ucrânia e a economia global, europeia e do país, seriam decisivos e influentes para os “fragilizados sistemas económicos, políticos e sociais da Europa”.
Porém, na abordagem à política interna, a segurança não mereceu uma única referência, permitindo-nos retirar duas preocupantes hipóteses de conclusão. A primeira é que, contrariando a perceção generalizada da opinião pública de que o país deixou de ser seguro - pelo menos na dimensão que a qualificação de “país seguro” o exigiria -, não é dessa forma entendido pelo mais alto magistrado da nação, o que, sendo legítimo, parece desconsiderar a proliferação, cada vez mais regular/diária, de episódios de elevada violência ocorridos no nosso território. A outra passa por permitir considerar-se a possibilidade de o tema ser de tal forma fraturante num quadro de polarização política que abordar o assunto com/sem preocupação imediatamente os coloca num dos lados políticos extremados. Evitar o tema pode ser mais confortável, mas não será certamente o mais correto.
Esperemos que o radicalismo de posições não retire nem influencie o discernimento e sentido de Estado de quem tem obrigação de pugnar pela segurança do país e, por inerência, acautelar a democracia e proporcionar as melhores condições de atratividade de investimento que permita o imprescindível crescimento económico que foi enfatizado na sua mensagem.
Além e aquém, a segurança tem de ser prioritária!