Esta era daquelas semanas em que trocava facilmente estas palavras por uma imagem, a de Mesut. Casaco fluorescente laranja no meio dos destroços a segurar a mão da filha de 15 anos morta no sismo que estremeceu de horror a Turquia e a Síria. A esta hora, milhares trabalham pelo fio de esperança de agarrarem uma mão ainda quente, ainda viva. Que bela é a Humanidade que não desiste. Sigo os Capacetes Brancos (CB)com uma felicidade bruta que me faz saltar a cada novo salvamento. Mesut, milhões te dariam a outra mão se estivessem ao teu lado. Dariam colo à criança que os CB tiraram dos escombros sem vida ontem, quando contavam ter recuperado 512 corpos e retirado 830 pessoas dos escombros. Que belas são aos mãos que correm a ajudar, a virar pedras, a angariar fundos, a estancar feridas, a reerguer. Mãos à obra que o relógio não pára.
*Jornalista

