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Aproximam-se as eleições autárquicas. É um tempo de enormes oportunidades para se refletir e debater sobre os desafios das cidades. Como será a cidade onde gostaríamos de viver? Provavelmente, uma cidade única e imaginária, feita de pedaços de várias cidades onde já estivemos e gostamos de estar. Em tempo de enormes problemas ambientais, apenas precisamos de decisões consequentes. O poder autárquico é a chave da resolução da maior parte dos desafios, porque são os que executam no terreno as diversas estratégias. Conhecem tudo e todos e sabem como fazer diplomacia local para se atingirem os objetivos . Por isso, as eleições autárquicas são fundamentais para a mitigação de muitos problemas.
A mobilidade não é tema fácil, mas pode ser fator decisivo em eleições. Políticos que apresentem soluções concretas para melhorar a mobilidade, reduzindo a taxa de motorização e os congestionamentos, ampliando o transporte público, criando redes de ciclovias, infraestruturas para caminhar e pequenos espaços verdes, costumam ganhar apoio dos eleitores, pois esses temas afetam o quotidiano, a economia e o meio ambiente. Gant, Roma, Utrecht e Pontevedra ganharam as últimas eleições face a políticas fortes e disruptivas de mobilidade urbana. Que os próximos meses sejam de forte discussão construtiva e que surjam programas nesta matéria, com rasgo e capazes de mitigarem os erros que criamos. Portugal precisa de políticos fortes, com gosto pelo serviço coletivo e, acima de tudo, sem medo.