O futebol contemporâneo e as respetivas conceções firmaram alterações irreversíveis com o passado romântico futebolístico. Os clubes instituíram-se como empresas, tudo se paga e tudo se cobra, os presidentes substituídos por capitalistas cobiçosos ou altos gestores.
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Tudo transfigurou, as redes sociais, o preço dos bilhetes, os ordenados, a paixão dos jogadores, os interesses dos treinadores, a vontade dos adeptos, a autoridade dos empresários, a meritocracia dissipou-se, as televisões desconfiguraram o ciclo de assiduidade dos adeptos e por aí adiante.
Contudo, aquilo a que chamamos de "clube" ainda se mantém intacto, os costumes conservadores já não são aplicáveis e os efeitos são praticamente nulos, já não se sobrevive com uma receita de bar e de bilheteira, o patrocínio da terra já não é solução.
Os clubes vivem na época da rede móvel do "1G", o futebol já opera em 5G, os subsídios municipais são aplicados para pagar despesas ao invés de serem manuseados para gerar receitas, deveriam ser utilizados para dinamizar novas fontes de receita dos clubes.
O clube "Cidadão" será o futuro e a salvação dos mesmos, apostou-se na remodelação dos campos sintéticos, mas não nas atividades adjacentes ao redor do núcleo das coletividades. Dentistas, clínicas veterinárias, lojas de roupa, produtos, campos de padel, tudo deve ser centralizado nos estádios com a marca do próprio clube, só não fazem se não quiserem.
*Treinador