Carlos Moedas veio finalmente dizer o que era preciso ser dito para se colocar no devido lugar a peixeirada que vai por aí a propósito dos custos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), cujos investimentos globais já são nossos conhecidos há muito.
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O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve no início desta semana num evento na área Metropolitana do Porto. Apesar desse evento em Gaia não ter rigorosamente nada a ver com a Jornada Mundial da Juventude, Moedas foi obrigado a falar sobre a polémica nascida à volta dos custos anunciados para o badalado altar-palco da JMJ.
Provavelmente inspirado por estar em terra de contas certas, Carlos Moedas disse exatamente o que já devia ter dito desde que a polémica rebentou.
Como vale sempre mais tarde do que nunca, saúdo o presidente da Câmara de Lisboa pela decidida intervenção que fez em que garantiu, sem nenhuma hesitação, duas coisas fundamentais: em primeiro lugar, que o orçamento de 35 milhões de euros aprovado na sua Câmara é para manter e em segundo lugar , que a coordenação desse projeto depende dele diretamente e que a partir de agora o vai acompanhar a par e passo.
Claro que os tais 6 milhões de euros que vai ou não vai custar o já mais famoso altar-palco do Mundo não interessam muito se estiverem previstos e cabimentados dentro do orçamento total anunciado e aprovado sem nenhum escândalo associado. Como, aliás, o próprio bispo Américo Aguiar deixou saber na sua conferência de imprensa, os custos da JMJ vão ser muito superiores a esses 5 ou 6 milhões. Só os caterings previstos para a JMJ chegam aos 30 milhões, como ainda nem se sabe quanto dinheiro custarão as centenas de WC que terão de ser instalados no local.
Estou convencido de que se Carlos Moedas tivesse feito esta intervenção de Gaia logo no dia em que se começou a discutir o custo do palco, ninguém teria ardido em fogo lento no altar desta polémica, que não faz nenhum sentido, até ao dia em que por causa do palco ou outro qualquer pormenor o investimento orçamentado tenha derrapado, como costumam derrapar tantas obras públicas que por ai se vão fazendo.
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