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Após uma série de resultados muito comprometedores e na sequência do empate caseiro com o Vitória de Guimarães, mostra de incapacidade para o assalto ou aproximação à liderança, só os três pontos em Arouca poderiam ter o condão de manter alguma chama viva. O processo tem dores mas é importante reconhecer que a falência em competição pode trazer marcas que não mais sejam saradas para a projecção da época que se segue. Depois de mais uma primeira parte aos soluços, houve maior acerto após o intervalo e a sensação de que é também com vitórias que a equipa pode crescer. O próximo jogo em Braga ditará muito sobre a direcção em que o F. C. Porto olhará neste último terço de época. Se ganhar os próximos quatro jogos (onde se inclui Braga e Benfica) ainda pode ser campeão. Pede-se mais, mesmo em tempo de reconstrução, para um outro destino.
A lesão de Rodrigo Mora teve impacto no plano de jogo e não há como negar a influência que o criativo espalha no jogo, sobretudo na zona limite da grande área, onde parece ter a visão de profundidade em espaço curto que escapa a quase todos os colegas de jogo. É nele, em Pepê e Fábio Vieira que o F. C. Porto deposita as cartas que podem alterar o destino de um jogo de poucas jornadas mais onde há muito mais para ganhar do que este tépido mas desinteressante destino que, tantas vezes, o futebol jogado nos tem entregue. Perceber que Samu joga com os olhos na baliza e não de costas para ela também é importante. Mas, para tal, há todo um colectivo que deve reaprender que jogar em profundidade tem que criar espaços, não se limitando apenas a um passe para um muro que Samu tem que ultrapassar para criar desequilíbrios ainda longe da baliza.
O autor escreve segundo antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto