Corpo do artigo
Muito se diz, mas pouco se fala sobre as verdadeiras questões de segurança interna. Do imediatismo publicitário da campanha eleitoral, é agora tempo para um verdadeiro diálogo sobre a imprescindível reforma de um dos setores fundamentais de uma verdadeira sociedade democrática: a democracia não existe sem liberdade e a liberdade não existe sem segurança.
Se os anteriores governos tiveram o “mérito” de esvaziar a capacidade de resposta dos vários setores da administração pública, urge um novo recomeço com verdadeiras mudanças estruturais (e não de fáceis respostas).
Se importa atribuir suplemento igual à PJ, PSP e GNR (notum factum), valorizando, por igual, a vida, o risco e o trabalho de todos estes profissionais, pois que só assim se compreende - em estrito cumprimento das regras constitucionais - a justiça (e a justiça para o país), importa também que, perante o argumento de falta de capacidade financeira, haja a coragem de revogar o diploma que discrimina positivamente a primeira entidade.
E deste primeiro passo, deste sinal político, ir traçando um caminho (longo, mas necessário, porque também constitucionalmente imposto) de equiparação (ou até fusão) das carreiras e das polícias, pois que de igual conteúdo funcional (qualquer facto qualificado como crime é-o porque socialmente inaceitável).
Não nos quedemos com meras palavras sem conteúdo ou ideias ou em inércias discursivas. A credibilidade do decisor será determinada pela sua in(ação).
Não são os privilégios de uns ou as ambições de outros que importam. É o futuro do país, das instituições e também da economia porque, certamente, o país ficará a ganhar: o país, a liberdade e a segurança de todos!