A extrema-esquerda quer, a extrema-esquerda tem. Não haverá exigência que não se conceda, quando o que importa seja manter o PS no poder. Custos? Para os contribuintes, muitos, necessariamente. De quanto? Logo se verá, entre orçamentos feitos de fantasia que a Europa que faz contas não entende e o anúncio da "descoberta da pólvora", sob forma de estímulos ao consumo para crescimento da economia, de que Sócrates abusou e António Costa repete, na receita experimentada para o desastre.
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Tudo é fácil, tudo se pode, tudo é consentido. É o nacional-porreirismo.
- O fim da sobretaxa do IRS já em 2016; A reposição instantânea dos cortes na Função Pública; O aumento do salário mínimo sem respeito pela concertação social; A repristinação de todos os feriados; A redução do horário de trabalho na Função Pública para as 35 horas, com o encargo antecipado para o Estado do pagamento de horas extraordinárias para que não há receita, num regime também injusto e nessa medida com um sinal perverso para o setor privado, que manterá em regra as 40 horas; O aumento dos dias de férias; A contratação de novos trabalhadores para a Função Pública; A injeção de mais de 2,1 mil milhões de euros no Banif, a suportar em cerca de 1,7 mil milhões de euros pelos contribuintes; A reversão das concessões decididas para os transportes coletivos, vitais para a resolução de problemas estruturais graves e prejuízos endémicos, de que o Estado abdica, em favor da "adjudicação" do setor ao PCP; A reversão da privatização da TAP, devolvendo-se ao Estado a obrigação de pagar dívida e de suportar o custo da compra de aviões e outros encargos, sem ter como; O fim dos exames, sob justificação anedótica do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues: treinar para os exames é pernicioso e é nocivo. Coitadinhos dos alunos e pobre geração a minha, submetida afinal na infância à tortura pedagógica, sem disso ter tido noção.
Compreensivelmente, enquanto num artigo recente o "Financial Times" já coloca Portugal no campeonato da Argentina e da Venezuela, o Commerzbank defende que as medidas do Governo põem em causa "a competitividade" e o "rating" , fazendo do país a "criança problemática da Europa". Os juros da dívida a 2, 5 e 10 anos sobem há semanas, contrariando a tendência da generalidade dos países da União. E a perceção do risco dessa dívida agrava-se para o valor mais elevado desde 9 de julho de 2015.
As coisas são assim e o Governo socialista só leva mês e meio de vida. Deem-lhe mais uns meses e vão (re)ver como tudo isto acaba.