O PSD governou a Câmara do Porto durante 22 anos. Tem assim grandes responsabilidades na cidade. Mas, desde Rui Rio, o seu percurso tem sido errático, de quem não sabe o que faz, enleado nas suas próprias contradições e disputas pessoais e sem ter, verdadeiramente, um projeto para a cidade.
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Na verdade, tudo começou com Rio. Que, não se podendo recandidatar em 2013 e furioso com a escolha de Luís Filipe Meneses como candidato do PSD, promoveu a candidatura, vitoriosa, de Rui Moreira, cujas listas estavam pejadas de gente da sua confiança. Mas, a partir daí, foi o descalabro. Moreira, friamente, "matou o pai", descolando de Rio e não perdendo oportunidade para dar bicadas na "herança" que recebeu. Pelo caminho, eleitos do PSD que se candidataram com um programa de "contas à moda de Gaia" converteram-se às "contas à moda do Porto", aceitando, em troca desta súbita clarividência, lugares de gestão cedidos por Moreira.
Como resultado, o PSD passou a ter, em 2017, apenas um vereador. Em 2021, depois de muitos ziguezagues, apresentou como candidato um vice-presidente de Rio na Câmara, que apostou na recuperação da "herança" deste, atacando fortemente Moreira por a ter "desbaratado". Após as eleições, e como perdeu a maioria absoluta, Moreira fez um acordo com... o PSD - que lhe permitiu, para já, viabilizar o orçamento para 2022.
Realçando a "nobreza" do acordo, os sociais-democratas apregoaram que não aceitariam "cargos". Mas, nem passados nove meses, soubemos, agora, que um dos vereadores do PSD foi nomeado por Moreira como administrador de uma das empresas da STCP. Curiosamente, na mesma semana em que o PSD, na Assembleia Municipal, viabilizou a proposta de Moreira para a saída do Porto da Associação Nacional de Municípios Portugueses...
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