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Não obstante o muito difícil momento que atravessa, Portugal foi nestas duas últimas semanas, e por razões positivas, uma referência internacional. Desde logo, esta semana chegou-nos a notícia de que, segundo o relatório "Euro Monitor 2010", Portugal subiu uma posição no ranking da competitividade, ocupando agora o 13.º lugar no conjunto dos 16 países do Euro, e posicionando-se à frente de países como a Grécia, a Irlanda e a Espanha.
Depois - e na linha do elogio feito em Agosto último pelo prestigiado jornal norte-americano "The New York Times" em artigo sobre o processo de transição energética nacional que mereceu destaque na primeira página e ocupou três páginas - foi agora a vez de, na semana passada, o ex-vice presidente dos EUA, e prémio Nobel, Al Gore (no "SAP Business Forum 2010, Sustentabilidade e Transparência Empresarial", que teve lugar no Estoril) e do presidente-executivo da International Energy Agency, Nobuo Tanaka (na Conferência "Energia: os próximos 30 anos", realizada em Lisboa) louvarem o trabalho e o progresso alcançado por Portugal no domínio da produção de energia com base em fontes renováveis e a liderança portuguesa nesta área da economia.
E este elogio terá a virtude de nos fazer lembrar que, a par do actual esforço de redução do défice, o país precisa afastar-se da estagnação (ou mesmo da recessão) económica, sendo premente que se prossigam as apostas num crescimento económico sustentável, em especial que permita reduzir o défice externo.
Neste contexto, urge, pois, imprimir confiança junto dos agentes económicos e reforçar um dos objectivos já traçados até 2020 para Portugal: consolidar um cluster energético em renováveis e liderar a nível europeu a revolução energética, afirmando o nosso país na liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte capacidade exportadora e, simultaneamente, reduzindo a dependência energética face ao exterior, diminuindo o saldo importador energético, criando valor acrescentado e emprego.