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Não há dinheiro. O que é que vocês não entendem? Não há dinheiro para ilusões, aspirações, veleidades, desejos, sonhos ou vontades. Não há dinheiro para melhorar a vida, apoiar os indigentes, aliviar os desempregados ou desanuviar as empresas. Não há dinheiro para o Estado social, investir na educação ou aperfeiçoar o futuro. Não há dinheiro, ponto final. Não há dinheiro para desenvolver a ciência, diminuir a dependência dos combustíveis fósseis, organizar o saber, promover o conhecimento ou mudar a cultura. Não há dinheiro para médicos, enfermeiros, fins de semana, feriados ou festas. Não há dinheiro para melhorar, progredir, prosperar, avançar ou prosseguir. Não há dinheiro para nada, absolutamente nada. A não ser para os desmandos, leviandades, irresponsabilidades, excessos, erros, exageros, transgressões, infrações, crimes e, em geral, para todos os abusos de quem pode esconder o seu e usar o dos outros. Para esses, para encobrir os que põem e dispõem do dinheiro alheio sem responsabilidade e com impunidade, há de sempre haver dinheiro. O nosso. Aquele que não há para nada nem ninguém. É assim tão difícil de entender?