Se há quem saiba mais sobre os que agora foram acusados de assédio, se há quem ficou em silêncio perante um comportamento frequente, se há mais pessoas que sempre souberam e nada fizeram ou disseram, chegou a vossa hora.
Queriam nomes, eis os nomes. Todos os que ignoraram têm agora uma dívida para com quem sofreu, mas encontrou forças para falar primeiro. Têm de ser os próximos a dar o passo em frente, para que a coragem dessas mulheres não seja traída. É preciso mudança, mudem. É preciso evolução, evoluam. O caminho é em frente, não virem as costas. Isto não depende das vítimas - são vítimas, não são agressoras -, depende das testemunhas.
Quem sabe que algum desses nomes usa recorrentemente o poder para assediar e agora não ajuda quem sofreu está a atirar a toalha, a entregar o futuro das nossas filhas à repugnância estabelecida. Vai deixá-los vencer, como sempre e para sempre.
Se é tudo mentira, os tribunais irão resolver. Mas e se é verdade? Quem viu e sabe vai deixar as vítimas vergadas a mais uma derrota?
*Jornalista
