Corpo do artigo
Há mudanças que introduzem equilíbrios e que acabam por sedimentar processos que começaram a ter uma razão de ser pela existência de um dínamo. Esse foco é, objectivamente, Samu. Mesmo quando não marca, abre zonas, solta os colegas, diferencia os pontos de ataque e ocupa o espaço que é colectivo. A referência que constitui desde a sua chegada é mais do que evidente e acabou por recuperar Namaso, o mesmo jogador que saiu da equipa aquando da sua chegada. Perante o “apenas suficiente” de Iván Jaime e a opção por não utilizar Pepê atrás de Samu, o inglês acaba por ganhar uma segunda vida como alguém que joga de costas para a baliza, abre espaços e usa do requinte táctico e técnico a que apenas falta golo. As boas opções em tempo. Felizmente, assinou o primeiro golo do jogo frente ao Estoril. Talvez seja este um aperitivo para o fazer crescer em eficácia e resolução. No fundo, o que algumas vezes faltou a Galeno em momentos passados. Só falta a Namaso esse crescimento, algo que se sente estar ao seu alcance.
O desenho táctico que alterna entre Galeno e Fábio Vieira é uma benesse para as opções coletivas e uma dor de alma para cada um deles. Talvez não seja possível que coexistam no mesmo onze sem prescindir de Pepê, embora tenham funções completamente distintas no ataque do F. C. Porto. Mas se, com o primeiro, a equipa ganha profundidade pela velocidade nos espaços existentes, com o segundo encontra a profundidade pela criação de espaços. Talvez esteja nas costas de Samu a verdadeira mina ou o mapa do tesouro da equipa.