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As palavras de Lídia Jorge sobre a origem étnica dos portugueses geraram um coro de indignação de muitos extremistas ignorantes. "Cada um de nós é uma soma. Tem sangue do nativo e do migrante, do europeu e do africano, do branco e do negro e de todas as outras cores humanas. Somos descendentes do escravo e do senhor que o escravizou", afirmou a autora. Mas muitos dos que a ridicularizaram e continuam a falar de uma supremacia branca e da pureza do português certamente não têm espelho em casa. Não percebem que são o exemplo dessa mistura de origens. Alguém duvida, por exemplo, que entre os antepassados do neonazi Mário Machado estarão magrebinos ou árabes? É que supostos arianos não serão certamente, apesar da suástica que ostenta na pele e do discurso de ódio que profere.