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Volto a este assunto fundamental para o nosso futuro coletivo: está em curso nos EUA uma batalha pela neutralidade da Internet.
Sei bem que é um tema meio esotérico e é difícil descortinar a sua importância. Mas eu tento explicar: e se um dia fosse legal que a sua operadora telefónica não lhe permitisse ligar para um número? Ou se a companhia elétrica cobrasse mais à sua empresa só porque é dona de uma concorrente sua? Não se imagina uma comunidade assim. Todos têm de ter possibilidade, em condições iguais, de aceder a todos os pontos das redes, e o fornecedor não pode impedir que qualquer um, uma vez cumpridas as regras de acesso, as use como bem entender: fazer negócios ou comunicar, produzir ou consumir. É isto a neutralidade de uma rede. Na Net, os fornecedores podem apenas cobrar pelo acesso e intensidade de utilização, e com isso garantir o funcionamento da estrutura da rede. Não podem, e bem, decidir como se usa ou se acede à informação que fazem circular. Seria ter demasiado poder. Ora, os gigantes das telecomunicações dos EUA querem isso mesmo: criar bloqueios para ganhar mais dinheiro, com consumidores e empresas. Pois bem, se acontecer, representa uma mudança tectónica na vida de todos nós.
(continua)
JORNALISTA