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Dois dias após ter aprovado na Assembleia Regional uma democrática proposta no sentido de que o voto de um só deputado passe a valer pelo de todo o grupo parlamentar e de que baste um terço dos deputados no plenário (os outros dois terços poderão ir ver as iluminações) para existir quórum, o PSD-Madeira "admite rever a mesma iniciativa".
Infelizmente, o comunicado do PSD saiu no "Jornal da Madeira" (gratuito pago por Jardim, isto é, pelos seus impostos, leitor) em dia de greve geral. Ora no PSD/"Jornal da Madeira" (duas coisas e uma só, espécie de Santíssima Dualidade), a adesão da língua portuguesa à greve foi de 100%. Assim, o comunicado teve que ser escrito - e, antes disso, pensado - em regime de serviços mínimos.
De facto, não só a gramática cumpriu a greve da primeira à última linha como a paralisação ainda descambou em tumultos no que toca à pontuação: até à 10ª linha, adesão total; a partir daí, virgulas e pontos finais "indignados" infiltraram-se no pobre texto e deram em organizar nele uma desorganizada "acampada", entregando-se a todo o tipo de tropelias.
O resultado foi desastroso: "face o início"; "inimigos da Autonomia" aprovados na especialidade; "uma práxis da Assembleia da República" que não está "previsto no Regimento"; uma lei que "muitas mentes [...] a põe em causa", e por aí fora.
Aguarda-se por isso que, daqui a dois dias, o PSD venha a admitir "rever" o Português do comunicado.