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As urnas fecharam-se. A voz do povo foi dita, livre e soberana. E nas autarquias, essa voz é força, rosto, nome e alma. Aqui, a política é mais humana, mais próxima, mais verdadeira. Porque, em Portugal o tecido político é, acima de tudo, autárquico, feito de proximidade, de gente conhecida e de trabalho direto com as comunidades. Por isso, nestas eleições decide-se muito mais do que o poder local, decide-se o pulso real do país.
Esta semana é dos festejos dos vencedores, de aceitar as derrotas e de recomeçar. Que cada autarca, novo ou reeleito, tire uns dias de descanso e volte renovado, com energia para servir. Servir com humildade, com visão e com a força de quem sabe que liderar é cuidar. Pela minha experiência, acredito que é no poder local que o futuro se constrói. São os autarcas que transformam promessas em obras, ideias em realidades, palavras em gestos. Que não se esqueçam dos idosos que precisam de apoio,
nem dos jovens que pedem caminho. Que sintam o país real, aquele que viram de perto nestas campanhas, e nunca o deixem para trás.
O novo mapa de Portugal traz novas cores, novas forças e novas tensões que desejamos se transformem em novos equilíbrios. Que essas diferenças sejam pontes, e não fronteiras. Que cada autarca saiba dialogar, cooperar e sonhar, porque o tempo que vem exige união, não divisão.
Aos que continuam, desejo sabedoria. Aos que iniciam, coragem. Aos que concorreram e não serão autarcas, agradecimento pelo envolvimento no maior processo democrático do país. Aos que terminam o mandato, gratidão profunda pelo trabalho ao serviço público. Está nas autarquias o primeiro degrau da democracia!
Agora, vamos ao trabalho.