O Brasil cresce pouco, abaixo de alguns países desenvolvidos, o que significa que se afasta do topo do desenvolvimento mundial a cada dia que passa. Desigual como nenhum outro, o seu principal problema está na educação. Será que o Brasil perdeu para sempre o comboio da inclusão?
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Para que o Brasil possa crescer mais rapidamente e de forma sustentável, é necessário abordar esses problemas por meio de reformas estruturais abrangentes, investimentos em infraestrutura, educação e inovação, e a promoção de um ambiente de negócios mais favorável e competitivo.
O maior problema é o baixo investimento em educação e capital humano: ele investe menos em comparação com outros países emergentes e isso afeta negativamente a qualidade da força de trabalho e a produtividade. Tudo deriva daqui.
Um dos mais complexos e onerosos sistemas tributários do Mundo, uma burocracia excessiva e a corrupção endémicas, que aumentam os custos para as empresas e prejudicam a eficiência do Governo.
A brutal dependência de commodities que fazem com que a economia brasileira seja vulnerável às flutuações de preços no mercado global, dificultando a diversificação e a estabilização da economia.
Juntando a tudo isto políticas fiscais e monetárias muitas vezes inconsistentes; vários problemas com as infraestruturas de transporte, energia e telecomunicações; uma imensa desigualdade na sociedade, que contribui para a instabilidade política e social; e a falta de inclusão social e oportunidades de emprego para os menos favorecidos; resulta um quadro negro.
Mas nem tudo é dramático. A verdade é que não existe outro país em todo o Mundo com mais reservas dos recursos que a economia mundial hoje mais valoriza: floresta e energia verde. Será que chega?
*Presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos