O campeonato das cidades universitárias
Corpo do artigo
No passado fim de semana, milhares de jovens descobriram as suas colocações nas mais variadas instituições de Ensino Superior, um momento que marca não apenas o início de uma nova etapa das suas vidas, mas também uma reinjeção de vitalidade nas cidades que os acolhem. É nesta altura que, de norte a sul, muitos territórios se transformam, ganhando uma nova energia e um ritmo único que só o regresso dos estudantes pode trazer. As ruas enchem-se de juventude, de vida, de sonhos e de futuro.
Entretanto, enquanto muitos começam a arrumar as malas e a enfrentar o feroz desafio da procura de alojamento, surge a seguinte reflexão: são os alunos que escolhem as cidades, ou são as cidades que, de certa forma, atraem os alunos?
À primeira vista, parece claro que, ao avaliar as opções formativas e analisar a reputação das instituições, os estudantes determinam o seu próprio destino ao escolher um curso e uma universidade. No entanto, esta é apenas uma parte da equação. As cidades também desempenham um papel ativo nesse processo. Através das suas identidades, tradições e atmosferas únicas, elas conquistam e influenciam a escolha.
Diante deste cenário, e num contexto profundamente globalizado onde a competição entre cidades se torna cada vez mais intensa, muitas delas têm reconhecido a importância de potenciar a sua marca para atrair os melhores talentos. Como resposta, têm vindo a implementar estratégias de branding e de marketing territorial com o objetivo de se diferenciar e posicionar no mercado global.
Contudo, há ainda um longo caminho a percorrer. A aplicação dessas práticas não é ainda universalmente adotada, especialmente em regiões do Interior e em áreas com menor densidade demográfica, onde a pressão e a procura são mais reduzidas. Nestes territórios, onde a oportunidade de desenvolvimento por esta via é ainda maior, a integração destas estratégias permanece limitada, refletindo uma disparidade que evidencia a necessidade de uma abordagem mais abrangente e agregadora.
Uma intervenção que vai além da promoção turística, que envolve a valorização da cultura local, a criação de infraestruturas e a promoção de um ambiente inovador e criativo, conseguindo não só atrair mais estudantes, mas também empresas e investidores.

