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O domínio que o Vitória teve no primeiro tempo não se concretizou em golo. Os ressaltos na área do Moreirense nunca iam para nenhum jogador nosso. A "sorte" que nos faltou brindou o Moreirense com um ressalto providencial logo no reatar da partida. A partir daí foi o descalabro.
Na sala de Imprensa os jovens treinadores foram impactantes. O Vasco pela elegância com que falou, o Luís pela franqueza. Como o Luís não é o Zé Mourinho não percebi contudo onde queria chegar. Frágil como está e sem o estatuto dos grandes treinadores aquilo só vai piorar as coisas, mas ressalvo a sua coragem.
Estou, desde já, disposto a assumir a vulgaridade desta equipa e a fazer como a maior parte das equipas faz pragmaticamente nesta liga face à desproporção de meios que existe. Este ano é escandaloso o fosso. Já sou sócio e adepto há muitas décadas para perceber que assumirmo-nos como aristocratas, quando a única coisa certa é a vulgaridade, é o caminho para o desastre. A humildade pode ser redentora quando tudo falha.
A história que, por necessidade, nos aconteceu nos últimos tempos, em que os jogadores entraram e saíram a um ritmo alucinante, já não produz mais resultados. O cântaro parece ter-se partido.
Com a atual situação vai começar a loucura que acontece usualmente no futebol. Todo o recalcamento e baixeza pessoal irão atingir o seu esplendor. O ódio, o insulto e a estupidez tomará lugar de destaque. Nestas alturas penso na satisfação de quem odeia a nossa resistência e apego ao clube, e mudo o foco da minha preocupação futebolística. Sofro em silêncio e apoio a equipa. Não vejo outro caminho.