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Anselmi chegou ao Dragão e disse “o contexto melhora ou piora os jogadores”. Verdade, mas, afinal, o que é isso do monstro do contexto que todos falam e poucos explicam? Vítor Oliveira, o mestre das subidas, bem dizia que o segredo era ter os melhores jogadores e Romário sempre avisou que o melhor treinador é aquele que não inventa. No meio disto, digo eu, está o contexto, quem está à volta e influencia quem decide. Esta é a linha ténue que quase sempre dita o destino de um jogador, que, por vezes, até pode estar mais talhado para a... música. Nos dias de hoje, parece-me comum ver treinadores a... inventar, improvisar, a mostrar que são o pai da criança. Há até um que se apelida de Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil. Jesus e a habitual bazófia faz-me sorrir, só pode, mas o karma é tramado e, no dia a seguir, o mestre da tática lá perdeu na competitiva liga árabe. Por cá, também chegou a ajoelhar-se no Dragão e um dia foi de saco cheio para casa quando colocou David Luiz a lateral esquerdo frente a um poderoso Hulk. Mas já passou, vale-nos o Pedro Álvares Cabral.
Galeno vai embora. E vai embora, depois de ter falhado dois penáltis com o Santa Clara. Foi um drama, numa película que roça o terror naquilo que tem sido a época do F. C. Porto. De herói frente ao Arsenal, quando fez um golo de levantar o estádio na Liga dos Campeões, passa a patinho feio e deixa o Dragão por uma porta cinzenta. Podem bater-me à vontade, mas acho que fez bem em bater o segundo penálti. O pior foi mesmo o terceiro penálti, naquela recarga, mas só falha quem lá está. E muitos falam, mas nunca lá estiveram. Faz parte.
Esta crónica devia ser totalmente dedicada ao andebol, mas reservo o espaço para depois da final de domingo. O que os heróis do Mar estão a fazer deixa-me com pele de galinha. Coisa que o futebol já deixou de me provocar há muito tempo. Estou curado. Graças a Deus.

