O desafio da competitividade europeia e o ensino superior
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O fosso entre a Europa e as principais superpotências mundiais, expresso em diversos relatórios europeus, exige impulsionar o crescimento económico e concretizar as transições ecológica e digital. Indubitavelmente, a competitividade é o novo paradigma da política da UE.
A Comissão Europeia tem promovido diversas iniciativas para reforçar a posição internacional da UE e colocar a economia no bom caminho. O processo político orientado para a competitividade considera orientações sobre a investigação, a educação e a inovação, defende maior investimento em I&D para cumprir as metas há muito ambicionadas.
A aposta na inovação em áreas estratégicas defendida pela Comissão exige ainda reduzir a burocracia para as empresas através do “Clean Industrial Deal”, apoiar as indústrias com utilização intensiva de energia, impulsionar as tecnologias limpas, promover a circularidade e garantir o acesso a matérias-primas essenciais. Entre os marcos que sustentam os objetivos da presidente von der Leyen, prevê-se um orçamento centrado nas políticas e não nos programas.
Importa saber o significado desta orientação em programas emblemáticos para as instituições de ensino superior, como os programas de mobilidade Erasmus e de investigação Horizonte. Estes programas podem vir a fazer parte de um fundo de competitividade mais amplo, ser fundidos com outros programas ou permanecerem autónomos. Importa, igualmente, ponderar o montante global do financiamento da UE e os eventuais condicionalismos.
Esta situação exige um posicionamento claro das instituições de ensino superior. A Associação das Universidades Europeias já se manifestou na defesa de um programa de I&I autónomo, no qual os investigadores contem com maior previsibilidade no próximo quadro comunitário.