Corpo do artigo
Da parte do PS e da esquerda que o apoiou ouvimos uma retórica permanente sobre "os direitos", sem mais nada para os consagrar. Por isso, devo dizer o que para a minha geração é um direito pelo qual vale a pena lutar e que jamais nos devia ter sido negado: o direito a ficar. Ficar no País que nos viu nascer e crescer e construir aqui o nosso projeto de vida.
No Portugal de governação socialista da última década, a juventude foi palco de entretenimento político: anúncios sem resultados, promessas em série e discursos vazios. Lançaram dois Planos Nacionais para a Juventude como quem lança foguetes: brilho para a efeméride de 12 de agosto e fumo no dia seguinte.
O resultado está à vista: um terço dos jovens deixou o País. Conheço uma boa parte da minha geração que foi obrigada a partir. Mas também conheço bem muitos que sonham com novos horizontes de esperança sem terem de ficar longe das suas raízes. Hoje, dirijo-me a esses jovens que esperam um dia regressar e a todos os que precisam de motivos para ficar: o tempo da retórica da esquerda acabou.
Luís Montenegro elegeu como prioridade os filhos de Portugal. A nova visão em relação à juventude está a evoluir para uma estratégia transversal às áreas governativas e com mecanismos na administração pública capazes de lhe dar resposta. As medidas querem-se para todos e desenham-se para terem impacto. Aqueles que criam a narrativa falsa de que o Primeiro-Ministro só governa para alguns esquecem-se da prática dos últimos anos: critérios nas entrelinhas e letras pequenas.
Enquanto o PS criou um IRS Jovem limitadíssimo e burocrático, polido com a devolução das propinas, o PSD apresentou um IRS Jovem duradouro - nos primeiros 10 anos de trabalho e até aos 35 anos. O PS virou inquilinos contra senhorios, ao passo que a AD ajudou mais de 40 mil jovens a compraram a primeira casa sem pagar IMT nem imposto de selo, e quase 25% da garantia pública para esse efeito já foi usada.
Em 2018, o PS prometeu 18 mil camas a mim e aos estudantes da altura. Agora, a oposição socialista ergue o papão das propinas, ignorando anos de inação dos seus governos para dirimir a principal barreira no acesso ao ensino superior - o custo do alojamento. A AD responde com ações, acelerando a execução do PRR ao mesmo tempo que lançou um Plano de Emergência, com mais camas, recursos e apoios. O desleixo do PS era tanto que foi o Governo da AD que pagou aos estudantes o apoio à deslocação em atraso, aprovado e nunca implementado. O Governo deu prioridade ao bem-estar, pelo que são mais de 16 mil os estudantes com cheques-psicólogo e nutricionista.
Podia continuar a somar soluções que estão a fazer diferença. O passe ferroviário verde, o passe gratuito até aos 23 anos, a reestruturação do Porta 65 que era uma porta fechada, o cheque-livro e as assinaturas grátis de jornais, o reforço do programa Cuida-te, ou o novo rumo que nos vai levar a uma nova geração de professores. A governação da AD apresenta o maior incentivo da última década para que os jovens fiquem em Portugal e nenhuma leitura menos séria passará por cima deste facto. Como tal, pela primeira vez, em muitos anos, neste Dia Internacional da Juventude, há motivos verdadeiros para celebrar.
Talvez, por isso, as expectativas sobre os próximos passos sejam altas. Sabemos que ainda há muito a mudar. A nova Agenda Nacional para a Juventude deverá ser tangível, quantificável e representar esta nova ambição geracional. Se já se conseguiu tanto em tão pouco tempo, é legítimo acreditar que estará mais por vir.