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Tudo começou em um ex-adjunto do ministro, com seis ou sete anos de "casa", que acompanhou Pedro Nuno Santos desde os Assuntos Parlamentares até às Infraestruturas e Habitação, e que continuou, em Janeiro, só nas primeiras, com Galamba. Frederico, o ex-adjunto, mais "antigo" no Ministério do que o titular, produziu declarações que puseram em causa a autoridade e a decência políticas do Governo que serviu. Todo, sem excepção, ao nomear expressamente o primeiro-ministro que, cito, o injuriou e difamou. Ao ministro, passou-lhe vários atestados. De ignorância em relação à tutela técnica que detém sobre a TAP - coisa que o próprio confirmaria no seu absurdo depoimento do dia seguinte -, de prepotência, de atitudes impróprias de um alto responsável (?) governativo, de mentiroso, etc. Seguiu-se uma chefe de gabinete com um currículo invejável de serviços prestados ao PS e aos seus governos, inclusive a um primeiro-ministro, José Sócrates, e ao seu mais direto colaborador, Pedro Silva Pereira. Aparentemente, Eugénia Correia, a chefe, terá sido quem despoletou a disparatada intervenção do SIS neste episódio sórdido, passado num quarto piso de um Ministério com a câmara de vigilância avariada, no qual Eugénia dirigia, sem dirigir, um "comando" de quatro ou cinco mulheres à beira de um ataque de nervos, fechadas numa casa de banho por causa do aludido Frederico. Frederico este que, sentindo-se "sequestrado" num edifício mandado fechar pelo dito "comando" de "Anjos de Galamba", chamou a PSP. E a PSP terá clamado "ó da casa", mas do quarto piso só recebeu silêncio. Mesmo da casa de banho. Eugénia explicou burocraticamente tudo à comissão sem verdadeiramente dizer nada. Todavia, foi no depoimento dela que Galamba se estribou para, durante cerca de sete horas, evidenciar várias coisas ao país, em directo e a cores. Que, da TAP, nem sequer possui o plano de reestruturação, assunto dominado, pelos vistos, exclusivamente por Frederico. Que não leu nem metade do relatório da IGF, encomendado pelo colega Medina, para despedir madame Christine da TAP. Que remeteu vezes incontáveis para "a minha chefe de gabinete" como se não fosse ele o responsável (?) político máximo. Que é colérico, mas que quem o "ameaçou" foi Frederico, conhecendo toda a gente, e eu, em particular, o seu doce feitio. Em suma, Galamba é o "empregado do mês", o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens, nas palavras de Suetónio sobre Júlio César. Foi empregado de Frederico até o despedir. É empregado da chefe de gabinete, que é quem sabe e trata de tudo. E é empregado de Costa, que o mantém, e de Marcelo, que permite, contrariado, esta extraordinária situação. Parabéns à prima.
o autor escreve segundo a antiga ortografia
*Jurista