Hoje era dia de falar de crises, mas estas acabaram por ser ultrapassadas, com mais ou menos dores, e os homens que fizeram a grandiosa história do nosso clube ficam.
Corpo do artigo
Faz anos o Rodolfo. Agora é conhecido por Rodolfo Reis, mas para os meus irmãos portistas da minha idade será sempre o capitão.
Os outros marcavam golos, faziam grandes jogadas, mas era ele que mordia o lábio e limpava o meio-campo; era ele que batia o pé quando chegava ao seu lugar e fazia daquele espaço a sua casa onde mais ninguém tinha autorização para entrar.
O Rodolfo era muito mais do que um capitão: ele era o brasão abençoado em campo. Representava a luta contra décadas e décadas de humilhações, a batalha contra quem ganhava campeonatos por decreto, a guerra de quem não aguentava mais ser olhado como os que "já estavam a perder quando passavam a ponte".
O capitão era um grande jogador. Bom de bola, cabeça sempre levantada, finta curta, mas sacrificou o seu enorme talento à equipa. Era preciso quem falasse grosso, quem metesse a cabeça onde os outros até tinham medo de meter o pé.
Nunca levou uma ofensa para casa porque sabia que as que lhe eram dirigidas não eram para ele, eram para o seu grande amor, e isso o grande Rodolfo nunca admitiu, nem admite.
Não tenho saudades dele porque tenho a imensa sorte de agora o ter como amigo. Confesso que ainda me belisco quando o tipo que estava nos posters do meu quarto, por quem eu esperava horas à porta do estádio das Antas só para o ver, aquele que até os comia me trata por tu e me chama companheiro. Mas, ultimamente, tenho saudades de o ver em campo. Muitas saudades de ver jogadores como ele de brasão abençoado ao peito. Não peço muito, que fossem só um bocadinho como ele.
Obrigado e parabéns, eterno capitão.
Kobe Bryant era mais do que um grande jogador de basquetebol e até mais do que um extraordinário desportista. O homem que conduziu os LA Lakers a vários títulos protagonizou uma época e em larga medida mudou o desporto que praticou. Uma entrada para o panteão dos atletas eternos.
O F. C. Porto, numa semana, perdeu mais uma final e comprometeu a vitória no campeonato. Como escrevi neste espaço a semana passada, não me surpreendeu: a equipa joga demasiadas vezes mal, parece perdida em campo e não tem fio de jogo que se entenda. É preciso mudar alguma coisa e muito rapidamente.
*Adepto do F. C. Porto