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Demasiadas vezes somos confrontados com a ideia acabada de que Portugal não tem remédio. Que somos uma sociedade adiada, sem perspetivas de futuro, um povo que, parafraseando Júlio César, "não se governa nem se deixa governar". O fatalismo das sentenças dá-nos um certo conforto e, tendencialmente, empurra-nos para o imobilismo. Porém, nada muda se não assumirmos que somos capazes de ser agentes ativos da mudança. Olhar em frente, para o futuro próximo, coloca-nos em perspetiva o país que podemos ser.
Num Mundo em aceleração vertiginosa, os ciclos são cada vez mais rápidos e desafiantes. A ideia projetada nesta edição do 137.º aniversário do “Jornal de Notícias” procura, nesse sentido, plasmar uma reflexão sobre onde e como queremos estar em 2030, observando o futuro pela lente de empreendedores e jovens portugueses. Da habitação à economia, da educação à demografia, tudo num contexto de mudanças políticas e sociais muito significativas, no rescaldo de umas eleições legislativas que nos deixam a preocupante realidade do voto de protesto.
Que Portugal teremos dentro de cinco anos? As expectativas são altas, precisamente face à insatisfação cada vez mais evidente de uma geração jovem que, provavelmente desde o 25 de Abril, é a primeira a enfrentar mais dificuldades do que os pais para traçar um projeto de vida. Mas o próprio conceito de futuro encerra essa propriedade maior da liberdade: estará sempre nas nossas mãos. Nesse sentido, transmitimos também nesta edição exemplos de quem olha com esperança e mete mãos à obra procurando construir um país melhor.
Também os ciclos, nesta longa vida do “Jornal de Notícias”, podem ser curtos. Depois da luta bem sucedida pela sobrevivência em 2024, mesmo que seja preciso descer dois degraus para subir três, enquanto houver leitores como os nossos – que nos permitem manter as edições em banca e ser líderes no digital – e profissionais talentosos, resistentes e dedicados como aqueles que integram a grande família JN, por cá continuaremos, renovando o compromisso com a informação de qualidade, até 2030 e por muitos mais anos, seguramente.