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O futebol é cada vez mais visto como uma indústria. Movimenta milhares de milhões, ocupa transmissões em todo o Mundo, atrai patrocinadores e enche relatórios financeiros com números impressionantes. Mas reduzir o jogo a essa dimensão seria ignorar a sua verdadeira essência: aquilo que o torna universal, imprevisível e profundamente humano. E em abono da verdade é este o rastilho que o torna o negócio que hoje é.
O futebol nasceu do grito de um golo partilhado, da lágrima que cai na derrota e da celebração coletiva de uma vitória improvável. Vive porque emociona, porque é sentido e porque resiste a qualquer tentativa de o aprisionar numa lógica estritamente económica.
Enquanto a indústria assenta no previsível, o futebol floresce no imponderável. Não se compra um bilhete para confirmar o óbvio, mas para acreditar que o improvável pode acontecer (e que tantas vezes acontece).
A emoção é o que distingue o futebol de qualquer outro espetáculo. Com ela, torna-se linguagem comum entre diferentes culturas, idades e credos, criando uma ligação que ultrapassa fronteiras e gerações.
No centro estão os jogadores, protagonistas em campo, mas é o adepto que dá sentido ao esforço, que transforma um estádio em lugar de comunhão, que sustenta o jogo ao longo do tempo. É ele o chamado 12.° jogador, capaz de inspirar quando já não há forças e de manter viva a chama mesmo nos momentos mais difíceis.
É nesse valor partilhado que a Fundação do Futebol - Liga Portugal encontra a sua missão. Acreditamos no poder mobilizador do jogo e na sua capacidade de educar, integrar e transformar. Por isso, estamos a preparar um projeto que percorrerá todo o país, com iniciativas que promovem princípios inegociáveis: Respeito, Fair Play, Integração, Responsabilidade e Solidariedade.
Queremos que estes valores sejam a base sobre a qual cresce a paixão dos adeptos de amanhã. Porque o futuro do futebol constrói-se tanto dentro de campo como fora dele, na forma como vivemos e transmitimos o jogo às novas gerações.
O futebol pode ter contornos de indústria, mas será sempre mais do que isso. O que verdadeiramente o define não se fabrica, nem se contabiliza: sente-se e vive-se.

