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Com as polémicas sobre se sim, não, talvez o Metrobus vá dar a reviravolta na Rotunda, está aberto novo verbete no património anedótico da cidade. A verdade é que, na esteira de longa tradição, esta versão do "comboio-fantasma" constituiria um amigo do ambiente, que devia ser recebido com aplauso. Mas, à nossa maneira, estragaram o estrugido à nascença.
Em matéria de transportes urbanos, a primeira etapa foi zoológica, através das burricadas para a Foz (partiam das Cardosas). Em 1840, o avanço traduziu-se no Carroção, veículo pré-histórico puxado por mulas. Em 1851, a novidade apareceu nas carreiras de vapor entre a Ribeira e a Foz. Um pouco depois, surgiu a modernidade do Ónibus, ainda puxado por cavalos, tal como, em 1860, o Charabã (tradução tripeira do "Char-à-bancs" francês).
Verdadeiro progresso seria, em 1870, o Carro Americano. Puxado por cavalos, deslizava confortavelmente sobre carris. Em 1878 esta gente audaciosa lançaria o esboço de um metro de superfície, através da máquina a vapor, da Boavista à Foz (para seguir até Leça, furaram o Monte da Luz, com o túnel que ainda lá está). Em 1881 apareceu o carro Ripert e, finalmente, em 1894, deu-se a revolução com o Elétrico e nascia o Porto Metropolitano. Em 1948, a ecologia começava a sofrer com o Autocarro. Embora atenuada, em 1959, com o Trolley, conheceria novo revés, em 1960, com o Autocarro de dois andares.
Em 2002 o Metro seria o esplendor da determinação, culminando agora com o Metrobus. Infelizmente vamos ver se resolvem o imbróglio sem porem gente a rir ou a chorar por ver o progresso tratado aos pontapés.
*O autor escreve segundo a antiga ortografia