O relatório do Grupo de Trabalho coordenado por João Duque, economista & "comentador", parece, escassos três dias depois, ser já um cadáver adiado que não procria.
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De facto, honra seja feita às sete férteis cabeças que o subscreveram, raramente um documento congénere terá suscitado tão fácil e imediata unanimidade, com toda a gente a sacudi-lo do capote como a uma caspa incómoda. O que deverá ser particularmente gratificante pois, a crer em Ribeiro Cristóvão, um dos 7 magníficos, estes nunca terão tido "a veleidade de recolher unanimidades".
O próprio Miguel Relvas, pai da criança, garantia ontem na AR que "não há intromissão política na informação da RTP" e que o Governo "acredita no papel da informação", depois de o Relatório se ter sustentado na "governamentalização" para propor que a informação da RTP seja "limitad[a] ao essencial" e se acabe com a RTP Informação.
Também Paulo Portas assegurou que não tem "qualquer intenção de influenciar jornalistas", ante a hipótese de a RTP Internacional se mudar para o MNE, que "filtraria" e "trabalharia" a informação a bem da Nação e da língua portuguesa. Aliás, a preocupação do Grupo com a língua portuguesa é tal que o Relatório já foi redigido em acordês ortográfico II: "A televisão do curto prazo pouco terá 'haver' com a televisão de massas"...
Parece, assim, que o Grupo não só, como diz, trabalhou "pro bono" como trabalhou também "pró boneco".