Na história da Humanidade, nunca houve uma crise em que a ciência desempenhasse um papel tão decisivo. Apesar disso, não existe um consenso de como atuar perante tamanha monstruosidade.
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As respostas dos países são das mais variadas. Há muitas diferenças de como o Estado exerce o seu poder junto do povo. Num extremo, temos a China, que implementou medidas musculadas, encarnando o intervencionismo estatal aliado à tecnologia mais moderna. Uma disciplina militar de emergência que agora começa a dar os seus frutos.
Do outro lado, podemos ver o Reino Unido a confiar nos seus cidadãos para conter o Covid-19: o paradigma do liberalismo, em que o Estado não garante a contenção da epidemia e prefere usar a "imunidade de grupo", que seria alcançada quando 60% da população fosse infetada pela doença. Ainda bem que Boris Johnson já arrepiou caminho. Entre estes dois polos de atuação, estão os restantes países, que variam desde o drástico confinamento de Itália ou Espanha à contemporização sueca ou finlandesa. Portugal está no meio.
O curioso é que todas estas fórmulas contra o coronavírus, da mais musculada à mais relaxada, têm base científica. E vemos os epidemiologistas de cada país a recorrerem a gráficos e à mesma ideia, justificando medidas bem diferentes com o objetivo de acabar com a curva ascendente do vírus. Por exemplo, encerrar ou não as escolas podem ter respostas científicas num sentido e noutro. Nestas situações, o normal é errar. Os cidadãos têm de interiorizar que as autoridades, guiadas pelas melhores intenções e com dados científicos disponíveis, já se equivocaram e vão continuar a equivocar-se. Porque é assim que o conhecimento científico avança, com o erro.
No meio disto tudo, há uma esperança. É que, com tantas abordagens diferentes, saberemos rapidamente quais as medidas que funcionam melhor.
Editor-executivo