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Olhando para o que ocorreu em Portugal nas últimas semanas, não ficaria admirado se os dois partidos do centrão passassem a escolher os líderes através de castings, tipo "morangos com açúcar"!... Quando a disputa interna num destes partidos é artificialmente empolada pelos centros de intoxicação da opinião pública, (que se engalfinham para transformar em questão nacional o que diz apenas respeito a uns milhares de militantes partidários), percebe-se ao nível a que chegou a vida pública em Portugal, entende-se melhor o objectivo primordial de desviar as atenções das questões essenciais e de tentar suster a reacção e a indignação dos portugueses face aos problemas reais que, dia-a-dia, os atormentam.
Quando a vida interna do PSD passou a ter rótulo "de interesse jornalístico prioritário", quando tudo o que regorgitou cada um dos quatro candidatos à liderança do espelho partidário do PS foi difundido pelas centrais de (des)informação, como se fossem pensamentos cruciais, imagina-se bem como Sócrates e o Governo (comovidos) batiam palmas, e é fácil de perceber como, por exemplo, o debate do PEC e as suas consequências económicas e sociais passaram à margem de boa parte das pessoas, mesmo daquelas que são e serão as suas principais vítimas.
Passos Coelho votaria contra o PEC, disse ele, (e outros como ele), mas antes de serem eleitos. Apesar de amplificada esta ideia até à exaustão, a verdade é que quase todos apostamos que assim não seria se Colho fosse já o presidente do PSD. Uma vez eleito, Passos passou agora a falar de "colo" mas ainda nada do Orçamento para 2011, onde tem obrigação de saber que constarão mais de metade das medidas preconizadas no PEC…