São oito os papas que lideraram a Igreja Católica no século XX. Desses, quatro já foram reconhecidos como santos (Pio X; João XXIII; Paulo VI; e João Paulo II). Já corre o processo de beatificação de Pio XII. E, no passado domingo, foi declarado beato João Paulo I, o último passo para também ele vir a ser proclamado santo.
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Albino Luciani, quando foi nomeado bispo, escolheu como lema apenas uma palavra: humildade. Surpreendeu o Mundo, quando foi eleito Papa, ao adotar um nome composto: João Paulo. Explicou a razão dessa escolha reconhecendo com humildade: "Eu não tenho nem "a sabedoria de coração" do Papa João, nem a preparação e a cultura do Papa Paulo. Estou, porém, no lugar deles e devo procurar servir a Igreja. Espero que me ajudeis com as vossas orações".
João Paulo I sonhou com uma Igreja mais humilde e despojada. Por isso substituiu a missa da coroação do Papa pela "missa solene de início do pontificado", exemplo que os seus sucessores seguiram. Tinha em mente outras reformas para a Igreja. Não as pôde implementar porque foi Papa apenas 33 dias.
Quem, durante esse breve pontificado, teve a oportunidade de assistir a algumas das suas audiências, pôde comprovar a simplicidade com que se dirigia às pessoas. João Paulo I aboliu o plural majestático e utilizava expressões informais, as quais por vezes eram omitidas nas publicações oficiais dos seus discursos.
O Papa Luciani ficou conhecido como o "Papa do sorriso". Na celebração da sua beatificação, aludindo a isso, o Papa Francisco exclamou: "Como é bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas!". E, numa referência ao seu espírito renovador, acrescentou: "Uma Igreja que não padece de saudades do passado!".
A Igreja precisa de pastores alegres e humildes como João Paulo I, empenhados na sua renovação.
*Padre