O papel da bioeconomia na inovação do setor têxtil
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A sétima edição do iTechStyle Summit decorreu entre os dias 26 e 28 de maio na Alfândega do Porto. Esta conferência, organizada anualmente pelo CITEVE, juntou no Norte de Portugal os principais atores da inovação no setor têxtil.
No primeiro dia, foram apresentadas e discutidas as principais tendências do setor, no que concerne à investigação, desenvolvimento e inovação. A tendência global é clara: o futuro passa pela bioeconomia, digitalização e circularidade da cadeia de valor. Em paralelo, discutiram-se os desafios que o setor atravessa, nomeadamente o contexto geopolítico e a necessidade de harmonização na legislação. Ficou claro que Portugal tem capacidades ímpares para liderar a sustentabilidade do setor, mas o financiamento excessivamente burocrático e regulamentos demasiado restritivos dificultam esta supremacia nacional.
O segundo e terceiro dias foram recheados de casos de estudo focados em aplicações inovadoras e inspiradores para o setor. Desde têxteis inteligentes e interativos até à utilização de materiais renováveis para substituir materiais de origem fóssil, foram várias as soluções apresentadas por empresas e pelos principais centros de saber, europeus e nacionais. De realçar as quatro comunicações orais no âmbito do projeto be@t – bioeconomy at textiles. Thalita Damaceno, do CeNTI, apresentou as fibras funcionais de celulose regenerada; Miguel Gama, da UMinho, apresentou o impacto ambiental e económico da produção de celulose bacteriana; Jorge Leitão, da Lameirinho, mostrou como resíduos internos da empresa, resultantes da sua caldeira de biomassa, podem ser usados em alternativa a corantes sintéticos para desenvolver uma coleção de têxteis-lar por estamparia digital; e, finalmente, Ângela Teles, da Riopele, revelou o desenvolvimento de uma coleção cápsula com resíduos industriais do consórcio be@t. Além destas comunicações orais, estiveram disponíveis dez comunicações em formato de painel, evidenciando os resultados obtidos no âmbito de diversas iniciativas.
A elevada qualidade dos resultados apresentados nesta conferência internacional não deixa margens para dúvidas: o projeto be@t, financiado pela Componente 12 do PRR, está alinhado com as tendências globais e a contribuir, de forma ímpar, para o desenvolvimento de uma indústria têxtil nacional sustentável e circular, baseada em materiais renováveis!