O poder económico dos municípios
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Assinala-se por estes dias em Vila Nova de Famalicão a primeira década do Famalicão Made In, projeto de apoio ao empreendedorismo cujo percurso muito contribuiu para o reconhecimento de Famalicão como Região Empreendedora Europeia pelo Comité das Regiões Europeu. O Famalicão Made In foi um dos grandes projetos de alavancagem económica de um território local que abriu caminho para um novo paradigma de relacionamento entre empresas, instituições e as autarquias locais.
Neste percurso, o Município de Famalicão ultrapassou o papel clássico que estava destinado às autarquias na área económica de “administradores de condomínio do território” para se tornar num cultivador de um ecossistema favorável ao desenvolvimento da economia da região, por via do apoio à criação de novas empresas, pela valorização dos empresários e dos produtos produzido no território, pela atração de talento e de novos investimentos, pela mentoria e apoio a novos investimentos.
Nada melhor para comprovar o sucesso do Made In do que os seus números: mais de 400 startups e PME criadas, cerca de 3100 empregos gerados e investimentos que se cifram nos 350 milhões de euros. Aos números soma-se o clima de compromisso instalado entre os vários agentes do território.
O sucesso funciona aqui como uma alavanca para a evolução que a marca está a registar. O Famalicão Created In, onde a investigação, inovação, sustentabilidade e responsabilidade social são o foco no desenvolvimento do novo paradigma industrial. Entre outros projetos em desenvolvimento, destaque para o FabLab - Fabrication Laboratory para incentivar o empreendedorismo tecnológico que integra a Rede Makers GNP (Galiza e Norte de Portugal), e o Famalicão In Hub, para incentivar a investigação, desenvolvimento e inovação num ecossistema com centros tecnológicos, universidades e startups. Só com produtos, processos e serviços diferenciadores e de valor acrescentado teremos uma economia sustentável e robusta para encarar os novos desafios.
Enquanto isso o município explora outras frentes de ação com o mesmo propósito, como por exemplo a demanda pelas infraestruturas rodoviárias e ferroviárias estruturantes de forma a aumentar a eficiência e competitividade das empresas. O maior porto seco da Península Ibérica está previsto para Lousado e a nova ponte sobre o Ave que fecha a nova variante Famalicão-Trofa está próxima da abertura. Como também no âmbito da educação, nomeadamente na construção da nova geração de formação profissional, com centros tecnológicos especializados e sintonizados com o tecido produtivo.
É este o poder de um município para o desenvolvimento económico, um poder fortíssimo na afirmação do território, na valorização e eficiência das empresas, no apoio e mentoria aos empreendedores, na consolidação infraestrutural, na criação de sinergias entre escolas, empresas e comunidade