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O facto de Rui Moreira não se poder candidatar em 2025 por atingir o limite de mandatos já está a agitar a Direita portuense.
Nas listas do Movimento de Moreira há quem sonhe que é possível prolongar a vida do movimento, apesar da saída do seu patrono. Algo a que não é alheio o crescimento de protagonismo do seu vice-presidente... Mas a maioria acha que não há Movimento Rui Moreira sem Moreira, pelo que começa a ponderar outros cenários que assegurem a manutenção das suas posições.
E, aí, os interesses pessoais e partidários passam a nortear a atuação dos diversos intervenientes. O PSD, que há um ano era um feroz crítico de Moreira, é hoje um dos indefetíveis das suas políticas. Sabendo que grande parte dos apoiantes de Moreira eram da sua área política (por inspiração de Rio), ambiciona reganhá-los para a batalha de 2025. A isso não é alheia, também, a aproximação Montenegro/Moreira.
O CDS, que tem dezenas de militantes em lugares de destaque na estrutura municipal, não quererá perder esse poder. Mas o CDS hoje não existe a nível nacional e, no Porto, não concorre em listas próprias há 25 anos, pelo que a tendência será a de pedir boleia a quem lhe permita manter influência.
A IL, que dentro das listas de Moreira se comporta como fação, deseja obter a carta de alforria, o que a leva a ambicionar uma candidatura autónoma de afirmação, tal como aconteceu em Lisboa em 2021.
O Chega, que apoia a generalidade das políticas de Moreira, será aquilo para onde Ventura, na altura, estiver virado.
Falta saber se, com a aproximação das eleições, estes jogos de poder, que nada têm que ver com os interesses da cidade e da sua população, porão em causa a governação municipal
*Deputado municipal