Corpo do artigo
Morrem crianças, mulheres, homens, jovens e velhos, funcionários das Nações Unidas, médicos de organizações não governamentais, jornalistas. E há a situação de fome generalizada em território palestiniano, como constataram na passada semana os responsáveis da ONU. A velocidade destrutiva das tropas de Netanyahu transformou Gaza no palco de um genocídio diabólico, atroz como todos o que aconteceram ao longo da História. O quadro torna-se ainda mais chocante quando pensamos no calvário judeu durante a II Grande Guerra. Um povo que sofreu tanto como o israelita não merecia ter um político sem escrúpulos na condução do destino. Netanyahu sente-se encurralado, é cada vez mais contestado internamente, tem os tribunais à perna, mas resiste no poder graças à terraplanagem que faz em Gaza, já que essa é a única forma de satisfazer os parceiros extremistas da coligação governamental. Os israelitas, reforço, e os palestinianos mereciam muito melhor. Seguramente, líderes internos e internacionais com capacidade de intervenção, como os que na segunda metade do séc. XX proporcionaram condições para a existência de dois estados. Shimon Peres e Yitzhak Rabin dão voltas no túmulo. Na frente internacional, a mesma sorte, porque a presidência de Trump transformou os EUA numa anedota geopolítica. Resta-nos a Europa da desesperança, também sem estratégia e força para aplicar sanções efetivas ao estado israelita, subjugada entre os interesses comerciais e o medo de afrontar Trump, o melhor parceiro de Netanyahu. A História tratará de os julgar a todos, é verdade, mas quando esse dia chegar, o que sobrará de Gaza?