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Donald Trump pode fazer todas as piruetas políticas que quiser e até fingir que é um mensageiro da paz na guerra entre a Ucrânia e a Rússia e entre Israel e o Hamas, que aliás cada vez mais ganha contornos de extermínio de um povo, com a desculpa, por parte do Governo de Israel, de querer apenas destruir uma organização terrorista. Ainda assim, o verdadeiro Trump virá sempre à tona. "Eu adoro o cheiro de deportações pela manhã... Chicago está prestes a descobrir porque é chamado Departamento de Guerra", escreveu o presidente norte-americano na sua rede Truth Social.
Um interessante artigo publicado há dias pelo "El País" descreveu como tem sido montada a agenda radical de Direita, claramente conservadora, da Administração norte-americana. Este guia influencia também formações políticas estrangeiras que têm alguma afinidade ideológica com o Partido Republicano dominado pelo trumpismo. No centro de tudo está a fundação norte-americana Heritage, liderada por um amigo do espanhol Santiago Abascal, líder do Vox. Abascal lidera a fundação Disenso, que por sua vez mantém laços fortes com a Heritage.
O que une as duas instituições, separadas por um oceano? A ideologia radical de Direita, com uma agenda explícita no Projeto 2025. Chegou a Portugal, Suíça, Hungria, França, Áustria, Noruega e a outros países onde o bloco de extrema-direita está bem vivo? Não sabemos. De qualquer forma, a leitura do Projeto 2025 dá diretrizes e um caminho que deve ser seguido, com todas as diferenças que possam existir de país para país. O documento original, de 900 páginas, fala da deportação em massa de imigrantes, entre muitos outros assuntos. Cheira mal, no sentido político.