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Jorge Jesus entrou para o “Guinness”, o famoso livro dos recordes mundiais, ao levar o Al Hilal à 28.ª vitória consecutiva - hoje pode selar a 29.ª -, sucedendo ao The New Saints, do País de Gales, que somara 27 em 2016, assumindo um máximo que já passara pelas mãos de Ajax (26 e 25 triunfos), Bayern Munique (23), Real Madrid (22), Manchester City (21) e PSG (20). Um feito notável do treinador português, mas que muitos logo quiseram menosprezar, por azia ou inveja, avançando com a lengalenga da falta de qualidade e competitividade do futebol saudita e asiático (sim, algumas dessas 28 vitórias foram na Champions da Ásia).
Fazem-no ignorando o enorme salto que o futebol da Arábia Saudita deu esta temporada com o milionário investimento do inesgotável Fundo de Investimento Público do país - foi a quarta liga que mais dinheiro gastou na planeta. Isso fez com que a Cristiano Ronaldo se juntassem muitas estrelas que davam cartas ao mais alto nível no futebol europeu, pois grande parte ainda está longe do fim da carreira, casos, por exemplo, dos internacionais portugueses Rúben Neves, que ajudou Jesus a entrar no Guinness, e Otávio (Al Nassr).
Este recorde é apenas mais um feito numa carreira feita a pulso até ao topo, onde chegou já um pouco tarde. Os números de Jorge Jesus são como o algodão, não mentem: já são 20 troféus desde que ganhou a Taça Intertoto com o Braga em 2008 - e não, não estou a contar as duas ridículas Taças da Liga Europa de papel que o Benfica, derrotado nessas finais, apresentou quando ele voltou à Luz, em 2020. São doze títulos em Portugal, entre Benfica (10) e Sporting (2), um na Arábia saudita (Al Hilal), cinco no Brasil (Flamengo) e um na Turquia (Fenerbahçe). A 28.ª vitória deixou Jorge Jesus mais perto de outra proeza: ser o primeiro treinador a ganhar os títulos continentais da Ásia e da América do Sul, após ter conquistado a Libertadores de 2019 com o Flamengo.