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Na UTAD, mais do que os cerca de 1100 alunos internacionais provenientes de 50 origens diferentes, o que marca a estratégia definida para a internacionalização da universidade é a aposta firme da integração desses estudantes no desenvolvimento futuro dos seus países. Em especial no que se refere à CPLP, a ideia é capacitar esses estudantes, tendo sempre em vista o seu regresso. Uma universidade é por definição um espaço aberto e virado ao exterior. Na estratégia de internacionalização definida, temos duas dimensões, o espaço da lusofonia e, dentro desta, os países da CPLP. Em 2024, foi tomada a decisão histórica de equiparar o valor das propinas para todos os estudantes de língua portuguesa, sejam de Moçambique, Angola, Brasil, Porto ou Viseu. Nas licenciaturas, por exemplo, esta decisão promove uma redução superior a 50%, em relação ao valor atual. A outra dimensão da internacionalização no mundo da lusofonia tem a ver com a terceira geração de descendentes dos nossos emigrantes na Europa, sobretudo França, Alemanha e, em menor escala, Suíça. Os netos da primeira geração da emigração têm hoje muita curiosidade em conhecer Portugal de outra forma, inclusive através da frequência do Ensino Superior.
A internacionalização, sobretudo no mundo da língua portuguesa, é sempre um olhar para o futuro e para o bem-estar desses países, cujos estudantes nos procuram. Não somos, nem queremos ser, um destino de fim de linha para ninguém. Daí os vários acordos que temos vindo a celebrar, visando a capacitação da administração pública de muitos países de origem, de que são exemplos concretos a formação em segurança alimentar de altos quadros de Cabo Verde ou em infraestruturas urbanas de gestão de água e saneamento e o doutoramento em ciências veterinárias de docentes da Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
A UTAD, como território do saber, fará o resto, em nome do maior tributo que podemos prestar a esse nosso património comum, a língua portuguesa.