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Foi penoso ver os penáltis do Alemanha-Itália. Foi batido um recorde de penalidades falhadas. A diferença que faz não ter o melhor do Mundo a dirigir a equipa nos penáltis. Para mim, até agora, a melhor exibição de um jogador no Euro é a de Cristiano durante as penalidades do Portugal-Polónia. Foi impressionante. CR parecia o von Karajan depois de beber seis Redbull. E só um grande atleta, como Ronaldo, tem a flexibilidade para conseguir esconder-se atrás do Moutinho.
Chegámos às meias-finais do Euro 2016, sem espinhas (nem vitórias nos 90 minutos). Fernando Santos está com atitude calma e sensata de quem treina o Olympiacos, no campeonato grego, e sabe que é uma questão de cumprir calendário até ao título.
Olhando para as conferências do nosso míster, e a atitude dos nossos jogadores, parecemos os tipos mais profissionais deste Euro. Os alemães invejam a nossa frieza nos penáltis, a Itália o cinismo e a Espanha a união à volta do treinador. Nós é que nunca estamos contentes, tal é a exigência que temos para com a qualidade do futebol. Podem impingir-nos tudo: maus ministros, péssimos bancos, lasanha de cavalo, escolas com amianto ou uma semana de férias em Albufeira. Agora, futebol de qualidade duvidosa (mas com bons resultados), nem pensar. Nós adoramos a seleção mas amamos tanto o desporto rei que não somos capazes de ver a repetição dos jogos.
Amanhã, é dia de defrontar o País de Gales. Se fosse um jogo de râguebi, éramos claramente favoritos se Eliseu fosse titular. Como é uma partida de futebol, também somos favoritos, partindo do pressuposto inverso ao da ideia anterior. No final da partida com a Polónia, o nosso selecionador nacional disse, em relação ao que já passámos e ao que aí vem, que o nosso coração vai ter de aguentar. Sem dúvida. Vamos ter muita pena mas lá teremos que eliminar a simpática seleção do País de Gales.
Sem menosprezo pela seleção galesa, acho que a carreira deles acaba amanhã. É impossível derrotar o poder de Fernando Santos. Até Quaresma já lhe cedeu a alcunha de Harry Potter. Ter Gales na meia-final do Euro 2106, nem encomendado. Ter Gales sem Ramsey e Davies, só esfregando uma lâmpada. Se eu fosse o Bale, evitava banheiras e secadores de cabelo, ingerir bivalves e ir ao Bataclan. Entre outros. Só não digo para evitar golos do Ramsey, porque ele não joga.
