Filho de imigrantes de origem indiana e casado com uma bilionária da área das tecnologias, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, vai tentar tirar o país de uma crise económica sem freio e a braços com problemas sociais preocupantes.
Corpo do artigo
O homem que fez cair Boris Johnson, após a sua demissão do cargo de ministro das Finanças, chega ao número 10 de Downing Street a precisar de consertar o país mas também o próprio partido. A urgência é tanta que, se Sunak não congregar esforços junto dos conservadores, poderá ter o mesmo destino da sua antecessora, que esteve no cargo uns curtos 45 dias. Rishi Sunak aguentou as festas de Boris Johnson o quanto pôde até se demitir em julho passado, ajudando a desencadear uma rebelião que acabou com o ex-primeiro-ministro. Nas suas declarações de demissão praticamente chamou palhaço ao seu primeiro-ministro: "o público espera, com razão, que o Governo seja conduzido de forma adequada, competente e séria".
Claro está que, mesmo antes da queda de Johnson, Sunak já era visto como um nome forte para se tornar o próximo líder do Partido Conservador. Só não aconteceu mais cedo porque muitos dos seus correligionários consideraram a sua demissão uma traição. E muitos dos críticos atuais são os primeiros a apontar que Sunak, da sua vida faustosa, não terá o olho necessário para aplicar políticas de auxílio aos mais necessitados.
Durante a campanha contra Truss, Sunak avisou que os mercados poderiam perder a confiança na Grã-Bretanha se a ex-primeira-ministra seguisse com o seu projeto de cortes de impostos. Realmente, a proposta foi muito mal recebida. A seu favor tem a sua origem, que é vista como um exemplo do multiculturalismo britânico atual. Sunak é um hindu praticante, embora raramente tenha falado publicamente sobre a sua fé. A verdade é que foi nomeado como o próximo líder do Reino Unido no Diwali, o festival de luzes celebrado por milhões de hindus e sikhs em todo o Mundo. Um festival que celebra novos começos e o triunfo do bem sobre o mal e da luz sobre as trevas. Será uma premonição para Rishi Sunak?
*Editor-executivo