O SARS-CoV-2 pode ter algo a ver com os talibãs, os novos senhores do Afeganistão? A ligação perigosa entre um vírus que nos obriga a usar máscara e uns guerreiros islâmicos que impõem a burca às mulheres passa pelas deficiências detetadas nos serviços de inteligência dos Estados Unidos.
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O "amigo americano", que já estava habituado a receber telefonemas dos europeus a dizer "trata-me deste ou daquele problema no Mundo", parece ter perdido qualidades. Ou, na realidade, nunca as possuiu.
Tom, chamemos-lhe assim para fazer jus a um dos dois principais protagonistas da película dos anos 70 intitulada "O amigo americano", já teve melhores dias. É bem verdade que o Tom não conseguiu prever ou impedir o ataque às Torres Gémeas, em plena Nova Iorque, e muito menos o falhanço da invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, uma tentativa de derrubar Fidel Castro que saiu muito cara à superpotência.
Os cientistas ao serviço da Organização Mundial de Saúde lançaram agora um alerta: o tempo para apurar a origem exata da covid está a esgotar-se. A praga alastrou a partir de um laboratório em Wuhan? Como referia ontem o "El País", nem um dos mais poderosos serviços secretos do Mundo foi capaz de determinar a origem do vírus. Tal como sucedeu com a morte de JFK, o imaginário coletivo poderá ter de viver para sempre com o mistério do SARS-CoV-2.
Quanto aos talibãs, as garantias de Joe Biden sobre a segurança do Estado afegão, uma semana antes da tomada do poder pelos guerreiros de barbas, demonstram que o véu da ignorância americana sobre o que se passa no terreno é bem mais espesso do que a nossa máscara ou do que a burca islâmica. O mal, para sermos justos, pode ter origem na classe política. Segundo o "The New York Times", os serviços secretos alertaram em devido tempo a Casa Branca para os riscos de uma reconquista talibã. Então, amigo Tom, o que se passou aí em casa?
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