Por muito que me esforce, por grande boa vontade que tenha, ninguém me convence que faz sentido que haja trabalhadores, por sinal pagos por todos nós, que têm direito a promoções automáticas.
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Podem trabalhar muito ou pouco, bem ou mal, com empenho ou desdém. Passam os anos, muda-se de escalão, aumenta-se o salário. E se o elevador da carreira parou, porque o país ficou de rastos e na falência, pouco interessa. Assim que houve um ligeiro levantar de cabeça, logo apareceram os que exigem voltar ao mesmo sistema que provocou o colapso, sem qualquer mudança que o torne mais justo.
Não faltam por aí corporações, sindicatos e associações que só pedem, pedem muito, pedem tudo, pedem o que puderem. E o Governo de António Costa, que parece ter-se esquecido dos milhares de desempregados - nenhum deles da Função Pública -, dos milhares de emigrantes, dos milhares que perderam as suas casas, as suas poupanças, as sua vidas, precisamente porque o Estado deu demais e pensou pouco, aceita tudo, ou quase, sem que se vislumbre uma estratégia que possa impedir nova implosão.
Neste país liderado com o apoio do PCP e do BE, pede quem pode, obedece quem manda.
* JORNALISTA