Uma cidade sem obras é cidade parada, mas com muitas obras, como está hoje o Porto, é uma cidade confusa. Haverá razões para o efeito e a Metro tem responsabilidades, mas não se percebe a falta de planificação e coordenação de calendários funcionais de execução das mesmas por parte da gestão urbanística da Câmara.
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Falar da Boavista e do metrobus já não vale a pena, de positivo dizer que a única vantagem para a cidade foi aproveitar a oportunidade para executar infraestruturas que não existiam ou estavam degradadas e com pouco custo para a Câmara, o resto o futuro o irá mostrar. Mas há muito mais, em várias zonas e arruamentos, sem articulação com trânsito e circulação automóvel e pedonal, como na própria Rotunda da Boavista que, como todos sabem, é uma rótula fundamental de movimentação.
Programações privadas, que não são poucas, têm o apoio obrigatório, da PSP que consegue menorizar o impacte, mas, no geral, sente-se falta de coordenação entre serviços municipais, seja, de “gestão urbana da rua”. Ora isto tem origens e causas variadas mas cumpre à Câmara planear e controlar os respetivos calendários e prevenir os impactes na vida dos cidadãos, menorizando consequências no trânsito e circulação de peões.
Melhor do que “atirar culpas uns aos outros” é assumir que estas cabem a quem governa a cidade e à oposição, que parece não ver o problema e está calada.
A crónica alerta, na linha que é conhecida e correspondendo a vozes que lhe chegam, se na Câmara ouvem ou não é “outra conversa”, mas para isso e não só estão lá os senhores vereadores que foram eleitos para tal.