OE: prioridade a enfermeiros e professores
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As discussões sobre o Orçamento do Estado (OE) deveriam focar-se em quem sustenta o funcionamento da sociedade: enfermeiros e professores. Sem eles, não há saúde nem educação, pilares do Estado. Enquanto se fala constantemente da importância dos jovens para o futuro, esquecemos que sem quem os educa e cuida, o futuro não se constrói.
Os enfermeiros estiveram na linha da frente durante a pandemia, muitas vezes em condições sub-humanas, sem apoio suficiente e sem os recursos necessários. Do lado dos professores, a carga de trabalho tem aumentado com salas de aula sobrelotadas, falta de apoio pedagógico e, como se isso não bastasse, os salários estagnados e a progressão na carreira têm sido uma fonte contínua de frustração.
Os aumentos salariais são inadiáveis. Enfermeiros e professores têm sido negligenciados em termos de remuneração, resultando numa fuga de talentos para o estrangeiro. A progressão na carreira é outra questão fundamental.
Muitos profissionais enfrentam bloqueios que os deixam sem perspetiva de crescimento, gerando frustração e desmotivação. Para os professores, os sucessivos descongelamentos de carreiras têm sido lentos e desiguais, criando uma sensação de injustiça generalizada. Na saúde, a sobrecarga de trabalho é tão grande que muitos enfermeiros chegam ao esgotamento, incapazes de garantir os cuidados de que os doentes precisam.
Além dos salários e das carreiras, há que melhorar as condições de trabalho. Nos hospitais, a falta de recursos humanos e materiais torna o trabalho dos enfermeiros insustentável.
Se o Governo não priorizar estes profissionais no OE, a qualidade dos serviços públicos continuará a cair, afetando diretamente a vida dos cidadãos, incluindo os jovens. Sem eles, não há futuro para ninguém. Nem para o Governo