Hoje é a última vez que escrevo neste espaço, depois mais de seis anos de total e absoluta liberdade, um privilégio inesquecível que a direção do JN me fez o favor de conceder.
Corpo do artigo
Despeço-me como comecei e sempre procurei fazer aqui: com o coração aberto. Contra as pequenas e grandes injustiças, convencido de que se uma voz nada muda, nunca nada mudará se não usarmos a nossa voz.
Escrevi sentindo fundo a responsabilidade de estar neste grande jornal e de saber que no final da linha haverá estas linhas que me perpetuarão, mesmo que esquecido na irrelevância em que merecidamente ficarei.
Não sei se alguma vez tive razão e temo ter sido por vezes cruel. Mas tentei, pelo menos, ser sempre justo. Gosto de pensar que isso foi suficiente para fazer feliz a minha mãe, que esteve no início, mas que já não irá ler este fim.
Jornalista