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Resolvi tratar do assunto à maneira de um cidadão da Vitória, alérgico ao centralismo. Isto a propósito do anúncio de grandes investimentos na Área Metropolitana de Lisboa, tendo em vista a sua qualificação a partir de espécie de sociedade de Reabilitação Urbana muito mais hiper do que a provinciana, que, a partir de Mouzinho da Silveira, fez avançar a reabilitação da Baixa do Porto.
Até acho bem os ouropéis que tragam mais vista à capital deste Império de Freixo de Espada à Cinta à Ilha do Corvo e territórios de baixa densidade, suprema invenção dos gabinetes do Terreiro do Paço. Dará gosto ver a capital melhor aperaltada (para que não exporte para as províncias a nova cultura cosmopolita da queima de autocarros), com os estrangeiros a desembarcarem no futuro aeroporto e deslumbrarem-se com a imponência. Mas sempre podiam destinar umas sobras ao desenvolvimento de outras áreas, onde é produzida parte substancial da riqueza do país.
E como pertenço a uma família da pequena burguesia portuense, pouco atreita a sumptuosidades, venho solicitar a quem de direito que, além das sete grandes medidas, acrescentem uma oitava: tal como foi prometido - e ouvi, com ouvidos que, graças a Deus, ouvem bem -, resolverem até ao fim do ano o cancro chamado VCI. O maior inimigo de um milhão de pessoas e veículos, que custa à Área Metropolitana do Porto milhares de horas e de euros anuais.
Mas a minha esperança é rasa. Estou pior do que S. Tomé: nem vendo acredito. Mesmo que mandem os camiões pela CREP, pode ser ilusão criada pela realidade virtual em que o Terreiro do Paço é exímio.