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Nesta época, parece que a Liga reservou um "horário especial" para o Braga. Independentemente de haver jogo europeu ou não, o Braga ainda não conheceu outro horário para além das oito e meia da noite de domingo. A decisão, arbitrária mas certamente intencional, prejudica os adeptos, o clube e a teoria de que se está a fazer tudo para trazer mais pessoas ao estádio. Quantas famílias podem chegar sistematicamente a casa às 23:30 da véspera de um dia de trabalho?
Mas este domingo, o problema não foi apenas de horário. O Braga de Carles Vicens veio com o relógio avariado e foi castigado com uma justa derrota por falta de competência. O treinador espanhol chumbou no tribunal da pedreira e recebeu um coro de assobios e um mar de lenços brancos que nem a música do estádio, colocada em decibéis desrespeitosos para o legítimo sentir dos adeptos, conseguiu esconder.
Seis vitórias em 11 jogos com equipas teoricamente inferiores, são um resultado aquém das expectativas de todos e além da paciência dos mais expressivos. E, pior que tudo, o modelo de jogo que Vicens escolheu experimentar não parece entregar os resultados pretendidos nem sequer proporcionar exibições de encher as vistas.
Depois de perder cinco pontos em casa com Gil Vicente e AVS, o caminho fica estreito para as legítimas aspirações da equipa. Ainda é cedo para conclusões definitivas, mas o tempo não é dado a experimentalismo. O Braga precisa de jogar melhor, de estar mais seguro a defender e ser mais eficaz. Conseguir essa transformação é o trabalho de Vicens. Nada fácil, portanto.