Não concordo, de todo, com o que pediu o dono da "Padaria Portuguesa", mas é melhor que ele o possa dizer livremente. As ideias, mesmo as estapafúrdias, e estando cumprida a lei, são para serem combatidas com melhores ideias e não com vulgaridades ou ataques em grupo.
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A da "Padaria" não serve de exemplo, mas a História diz-nos bem das ideias circunstancialmente consideradas subversivas, erradas e perigosas por quem tinha o poder, e do tudo o que de terrível foi feito para as sufocar. Por muito que custe, é melhor o direito à estupidez do que a cultura que esmaga o que não gosta.
Isso não significa que não haja um lado certo e um lado errado. Existem certamente e estão bem definidos. O lado humano - Humanista -, da tolerância, da igualdade, da liberdade individual, dos direitos de quem trabalha e de quem arrisca criar trabalho. O lado do progresso e da ciência, da livre expressão e partilha, da arte e da criatividade. O lado da proteção aos mais fracos, da ajuda aos que não podem, contra a indiferença ao sofrimento, contra a mentira pública, contra o engano organizado, contra a política do medo, contra o medo da política. O lado que dá a mão aos que fogem da exploração, da morte e da guerra. O lado do poder ao serviço de todos, contra o lado em que todos servem o poder. O lado do Bem, o lado bom, o lado certo. O lado da resistente certeza da Luz.
Quem não escolhe este lado, e é uma escolha, escolhe o lado errado. E isto é o mínimo. Não pode ser negociável.
* JORNALISTA